sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu sei quem protege Bolsonaro

Resposta minha ao jornalista Paulo Moreira Leite, em seu artigo Quem protege Bolsonaro

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É preciso explícitar que, nesse episódio Bolsonaro, foi o CQC de Marcelo Tas que operou para disseminar suas ideias conhecidamente fascistas. Definitivamente, as pessoas têm que perceber que há uma direita operante no Brasil e que ela trabalha para reafirmar valores e inculca-los como legítimos.

Não é a sociedade brasileira que permite que gente como Bolsonaro diga o que quer em veículos de comunicação de massa. Ele o faz, porque a sua voz está na agenda dos concessionários públicos destes veículos. Servem a uma necessidade pedagógica da direita brasileira.

Os "formadores de opinião" conservadores ensinam um discurso que, pela via da moralidade, ensejam o retorno a uma governança ainda mais restritiva de direitos civis e, portanto, reacionária a novas regras que atendam a reivindicações de gênero.

Hoje, é preciso que a direita brasileira grite, de modo a tornar claras os fundamentos éticos de sua ideologia e que ela se mantenha como alternativa, para quando a economia não funcionar mais uma garantia de bons governos auspiciosos à esquerda. Ou a esquerda se volta aos seus princípios e superem de vez a noção de dependência, ou estarão fadados a serem escravos do capital. Que ironia!

Por entrelinhas, neste texto do jornalista Paulo Moreira leite, de Época, os filhos de Bolsonaro fazem sua revolução. Eu divirjo veementemente de sua posição, e digo ser incorreto comparar uma nação latinoamericana a qualquer uma das que protagonizaram o cenário da pior guerra a assolar o século XX.

O Sr. Paulo Moreira Leite, como é de seu costume, delineia um discurso que deixa claro o seu constrangimento de pertencer a uma organização que não lhe permite dar nomes aos bois de que discorda, já que o bezerro Marcelo Tas come do mesmo capim que come o seu chefe, nas organizações Globo. Simples assim. O Sr. paulo Moreira Leite que se emancipe, para poder escrever textículos comprometidos com a evolução da democracia brasileira e com aqueles que vinham (e, em grande medida ainda vêm) sendo espoliados pelos defensores de Bolsonaro, que têm, sim, nome e sobrenome, além de CNPJ, muitos deles.

Quanto a esta falácia de que ditadura boa é ditadura nossa, acho-a enganadora. Ela também ajuda as pessoas a imaginarem que, 'já que é assim, que se instalem no poder quem o quiser, sejam generais, escravocratas, banqueiros ou sociólogos renegados'. Quem discemina esta bobagem cospe na cara do povo, é tão vil quanto Bolsonaro, e trabalha para que involuamos, no futuro, a governanças efetivamente opressoras, baseadas no medo e na mentira.

Embora nenhum governo seja bom, parafraseando Oscar Wilde, há nitidamente aqueles que são melhores às pessoas. E somente o são por prezarem por valores democráticos. Ajudar o povo a se proteger é dizer: aceite o poder sobre si, já que necessário, apenas na medida em que ele não se baseie no açoitamento de suas costas.

Sejamos francos, nada do que saia da Rede Globo pode ajudar o(a) brasileiro(a) a se emancipar, prova disso são os telejornais da sua emissora aberta terem se negado a noticiar o caso até agora - sendo que os de seu canal de notícias a cabo tampouco o fizeram com veemência, exceto em alguns poucos programas.

Deixemos de nos enganar, digamos não a falas frouxas, como esta do Sr. Paulo Moreira Leite. Vamos nos dar as mãos e ir às ruas, se necessário for, porque nossa democracia está firme e podemos rapidamente alterar um certo estado de coisa, que ora se apresenta ascintosamente cínico, ora hipócrita, e ora medroso, como é o caso deste jornalista neste texto.

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