sábado, 27 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pequeno barco naufragante, o dos incultos

Parece às vezes que a Mídia Direitola vem expulsando José Serra da disputa eleitoral de 2010 e forçando uma indicação do Aécio Neves pelo PSDB. Para Aécio, no entanto, estar com o DEM não é o melhor negócio, ou Ciro ver-se-ia tentado a antecipar uma aliança? Será que deixariam que Dilma passasse tranquila, sem adversário pela esplanada… Jamais!

Bom, penso que dois fatores inviabilizam cenários eleitorais sem Serra – baseando-me no que eu suponho passar pelas cabeças dos indivíduos em questão:

1. O orgulho e a vaidade.
Serra se verá entre a cruz e a caldeirinha e procurará terminar sua carreira com o mínimo de … pose;

2. As biografias dos PSDBistas nesse limiar de 2010. Alckmin perderia a chance de compor um novo bloco de oposição (com Aécio, Marina e Ciro), se aceitar perder SP. Precisa garantir sua sobrevida política até 2014, porque, até lá, "metade" simbólica da política brasileira terá ruído e não sobrará traço de DEMos em postos importantes. Melhor se emancipar para cultivar alguma hombridade, ou sabor, se preferir.

Aécio sabe que ele poderá concorrer um dia ao lugar do “Farol da Alexandria” e sabe que, se tentar a presidência e perder a eleição, ficará fora de cargo eletivo federal até 2014, acompanhado pelo DEM/PFL e isto é muito tempo pra quem é supostamente um dependente. Tendo, por outro lado, o aval enfático de Ciro Gomes, não pode saber qual seja pior: o abraço fedorento de DEM, ou a língua frouxa de Ciro.

Ciro ainda é um sectário pernóstico e falastrão. Ele facilmente exporia, hoje, o caráter juvenil, retrógrado e irresponsável da atitude política de ambos, se reunidos numa mesma chapa. Melhor adiar esta possibilidade, dada também a presença de Lula.

Ninguém mais no PSDB se interessa por lançar uma candidatura à presidência e, entre os partidos aliados, ninguém apresenta as condições para tanto.

“Whatever will be…”
Imprensado por seus próprios tentáculos ardidos e acuado, Serra sabe que, se fugir, aí é que perde tudo mesmo, principalmente São Paulo (se bem que, dizem, paulistas gostam de eleger covardes).

Portanto, Serra não desistirá, nem a Globo deixará de apoiá-lo. O que estão fazendo é servir-lhe mais do seu próprio veneno de medo, como aquele amigo que lhe perfura a ferida sobre o nervo inflamado, uma vez que amigos, sim, sabem nos assustar.

Esta candidatura será "o inferno astral de Serra". Contudo, também estou curioso sobre o que pode acontecer até lá. Por sua triste característica, espero tudo dele, principalmente que ele corra de uma iminente derrota por uma "fantoche" petista, mesmo que depois do seu aniversário. Sabe lá São José.


Comentário meu ao Blog do Nassif, no artigo O Globo desembarca da candidatura Serra

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sobre o discurso de FHC

Comentário meu ao Blog do Josias de Sousa, no tópico "FHC rotula Lula de ‘tosco’, ‘mentiroso’ e ‘dissimulado’"

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O Lula apenas mostra ao Brasil que o discurso da direita, amplamente alardeado pela midia, acerca da estatização, por exemplo, é fulo. A retórica raivosa evidente nos discursos, artimanhas e mentiras não pode enganar porque, antes, subestima a inteligência dos(as) brasileiros(as).

Os nossos problemas estruturais, que dependem do consenso legislativo e judiciário para mudarem, somados à força que um partido como o PMDB ainda tem, acabam por mostrar que há problemas mais subjetivos, éticos e emocionais a serem tratados pela escolha democrática.

Será a partir dessas contradições que nós, coletivamente, conseguiremos converter a rede de interesses privados que dominam o país em de interesse público. Mesmo que pela cidadania econômica, haverá um empoderamento da vontade individual, para abolir essa entidade "pessoa", que alimenta e é alimentada por um sistema de comunicações de massa, composto por indivíduos despersonalizados e pouco confiáveis.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sobre Dilma no Superpop

Reproduzo aqui um comentário meu ao Blog Os Amigos da Presidente Dilma, acerca da entrevista da Ministra ao programa Superpop, de Luciana Gimenez.


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Creio que, no caso Dilma, é válida toda chance dela se apresentar apenas como uma mulher, em pleno controle de suas emoções e responsabilidades, com memórias de uma infância, de um casamento, de cozinhar pra filha, leva-la à creche.

Eu acho que Lula foi absolutamente certeiro ao escolhe-la. Sua biografia tem paixão, ternura e uma capacidade enorme de abnegar-se pelo Brasil. Eu, a cada dia, tenho mais argumentos por ela. Apenas tenho que ser calmo, para não antecipar demais um debate que será mais frequente após a copa do mundo.

Sobre o programa... não tenho opinião formada, como não tenho uma melhor opinião sobre o Pânico, citado por elas. Achei apenas que é mais ou menos assim: um programa 'feminino' podreira recebe a Dilma e aí o cidadão vai lá e assiste o programa, "ou seja", verifica-se a capacidade da Ministra de transitar entre câmeras e conhecer os limites de sua "dureza" neste veículo.

A câmera torna qualquer ruído num barulhão, portanto, para mim, fica engraçado a Dilma dizer a uma repórter malinformada: "Minha filha, vc está confundindo as coisas...", ou diante de senador fascista, esbravejar com classe, entretanto, em programas de auditório e em debates ao vivo, é bom manter o tom da voz moderado e, para variar o cenário, cantar um samba, ou sambar, ou cozinhar omeletes. E falar apenas quando o outro já estiver calado, no caso, a outra, Luciana.

De verdade, gostei demais. Achei que ela vai arrasar no Mais Você :) Sim, estou preparado para tudo... repito, para tudo.
Superpop foi ótimo pq foi leve, apesar da evidente dietaça de Dilma. Omelete? Poxa, fizesse, então, uma sopa :P