quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Já pensou nisso, Dilma?

A sua campanha à Presidência da República, Dilma Rousseff,  é uma das mais emocionantes que eu já participei. Voto desde 1994 para presidente e, talvez, somente as emoções de 2002 se equiparam às que eu venho sentindo nesta, de 2010.

A que se deve isso, no meu caso? Ao fato de eu haver acreditado em você, Dilma, como candidata, desde 2007 e de perceber o quanto os golpes proferidos contra você, pelos partidos e pela imprensa de oposição, vêm-se desmoronando a cada lance da disputa.

Há já alguns textos online que apontam estas falácias e eu não me ocuparei aqui em denunciá-las. Este texto é para contrariar uma máxima admitida inclusive pelos seus correligionários: venho dizer que Lula não elegerá 'Dilma', quem a elegerá será você mesma, sua história, suas idéias e, sim, seu carisma discreto e seguro.


Não vou desconsiderar a força que tem o aval de Lula para a sua eleição, porém argumento que sua indicação colará no eleitorado porque recai sobre 'Dilma'. Este nome começa a significar para o brasileiro um conjunto de habilidades e experiências indispensáveis para o país, somado a um generoso esforço feito por você para adaptar sua imagem às câmeras, aos microfones e aos palanques.

Você se reconstruiu e suas "mudanças" fizeram nascer uma cinderela do Século XXI, aos 62 anos de idade, para a qual agora confluem os holofotes, a iluminarem uma mulher que, nesta altura da vida, se redescobre bonita, dotando de mais uma informação a sua traetória de "vida plena". Acho que sua resposta ao repórter de Época sintetiza esta minha percepção: "Você também acha que eu melhorei, né?"

Sim, Dilma, você melhorou, e muito. Não apenas na aparência, obviamente, mas na assimilação de uma capacidade de tornar claras as suas idéias acerca do Brasil. E sua presença na Presidência será, como foi a de Lula, um divisor, não apenas por você ser uma mulher e estar lá, mas por ser uma mulher diferente daquelas que o nosso povo está acostumado a apreciar, além de apresentar esta incrível capacidade de superação e de reinvenção da própria história.

Você será uma presidenta com uma biografia absolutamente cinematográfica (já pensou, o filme 'Dilma, dos porões ao Palácio'?). Alçada ao Poder, não por um capricho de Lula, mas por obra daquilo que este homem admirável tem de mais poderoso, a intuição. Lula foi apenas um veículo para que a nossa história fizesse jus à sua própria, Dilma. O nosso tempo iluminará, através de você, uma faceta brasileira guerreira e imponente, altiva e lúcida - você também será um divisor de águas.

E o povo começa a perceber isso. Sua face e seu sorriso têm a franqueza que faz as pessoas quererem saber mais sobre você. E, qual não é a revelação que tem tomado o Brasil: a "mulher de Lula" tem história própria, tão grandiosa quanto a dele!

Você é uma mulher e fala como tal. Mesmo num país tão acostumado a homens rasgando suas gargantas em palanques, durante campanhas eleitorais nervosas e agressivas, as pessoas não são tolas, como pensaram os oportunistas dos jornais e telejornais: o povo tem visto que voce é você e que há muito de bom a esperar de sua atuação como Presidenta.

O primeiro da série de programas eleitorais do PT é uma representação tocante e genuinamente bela, tanto de sua biografia, quanto desta espectativa que temos hoje, seus eleitores. Não é qualquer vida que pode resultar numa peça de tamanha emotividade. Eu falo isso como quem já dirigiu uma dezena de documentários.

A não ser que se minta, não se consegue tirar lágrimas da ação de um "poste". Este filme mostra que, por um lado, você não é um "poste", como muitos de nós já sabíamos e, por outro, sua trajetória é digna de ser contada e compartilhada e será dela que resultará mais uma fase de crescimento e potencialização de nossas aventuras como brasileiros e brasileiras.

Você é a surpresa pela qual todos nós esperávamos. Devemos a Lula apenas o mérito de havê-la apresentado ao Brasil, isso ainda em 2002. Para a sua vitória, entretanto, o mérito será seu, saiba disso. Não exclusivamente, mas em grande parte. Sua vida resultou em arte e beleza neste pequeno videodocumentario, isso nos encheu de confiança, apesar dos percalços que ainda hão de lhe atravessar o caminho.

O brasileiro e a brasileira que votarem em 'Dilma', votarão em 'Dilma', ainda que por Lula. Nesse país personalista, diante de um presidente tão popular, se não fosse 'Dilma', será que votaríamos em outro/a sujeito/a, apesar de Lula? Será? Já se fez esta pergunta, candidata? Eu, sim. A minha resposta é: talvez votássemos, mas não com tantas emoções saltando-nos a pele.

Você recebe da História a homenagem que ela dispensa somente aos maiores nomes. Seu nome é 'Dilma' e este filme que tenho o prazer de apresentar a seguir o escreve em nossos imaginários com letras lindas e nos prepara para o dia em que comprarmos o ingesso para vermos uma grande atriz interpretar sua coragem, sua força, sua inteligência e sua beleza. Já pensou nisso, Dilma? Eu, já!



Meus parabéns a João Santana e toda a equipe que produziu esta obra-prima do chamado "marketing eleitoral"!

3 comentários:

  1. Tem que ser muito cínico em apoiar uma ex-guerrilheira.

    No fim, você é apenas um bajulador de Dilma, Lula e todo o PT.

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  2. Verdade, Anônimo, em 2010, como você leu, até peça de campanha eu escrevi. Eu realmente achei que precisava fazê-lo e o vídeo é excelente, de verdade.

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