segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Comentário a um promotor de justiça

O comentário deste post refere-se
a este 'meme' disseminado no Facebook.
Prevejo que poderá me chamar de petista, porém, sinceramente, meu caro, acho que sem essas vozes contrárias se perderiam as garantias da ampla defesa em processos criminais. Acho tão perigosamente maniqueísta omitir a informação de que, para além desta ação penal, o que se está discutindo é a supressão daquela prerrogativa de um acusado por crime - a de jamais encontrar portas fechadas à sua defesa, após decisões não unânimes do STF.

Todos sabemos que a possibilidade de haver maior beneficiamento dos réus desta ação é mínima e que, mesmo após os embargos, eles serão presos, ainda que por medida injusta, afinal, o MP, a meu ver, não conseguiu provar a existência de pagamento de mensalidades a legisladores. Achei todo o processo uma tremenda afronta, apesar de eu querer muito que o caixa 2 seja fortemente reprimido e que isto force a dissolução de boa parte da legislação eleitoral em vigor.

É-me impossível me calar diante da seletividade deste "judiciário", da atitude performática, coreografada e excessiva de alguns dos ministros, que buscaram, contra todos os argumentos razoáveis, corroborar a tese amplamente midiatizada de que este seria o maior escândalo de corrupção da história brasileira. 'Desinformar' as pessoas por vias tão poderosas é um ato político de extrema crueldade, porque é a expressão mais evidente do poder dominante, que oprime. Pior ainda é 'manobrar' o judiciário em nome de paixões pessoais, ressaltando o privilégio das elites no que concerne à expressão da "justiça".

Tudo ao que assisti neste episódio de nossa história mostrou-me o Direito como ferramenta de opressão e me fez ver, afinal, que, em vez de bandidos o STF acabará por criar heróis e mártires. E assim se fará História.
Infelizmente, pela reação do MPF a outras extremas ações penais, não acredito que os outros tantos que, impunemente, continuam a brincar com nossos recursos venham a encontrar, numa linha reta, a face rígida e implacável da 'justiça brasileira'

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