Entretanto, este argumento somente é válido se vier acompanhado de um 'Projeto de Poder'.
Explico-me com dois exemplos:
1. Venezuela: Chavez venceu sem ampla maioria, não por ser um ditador, ou por não ser eficiente o processo eleitoral de seu país.
Chavez venceu na Venezuela, porque seu concorrente, ao longo dos últimos anos e meses, não conseguiu contrapor um conjunto de popostas suficientemente pragmáticas, que convencessem os venezuelanos - especialmente aqueles muito impactados pelas políticas públicas do período Chavez - de que se tratava de uma nova 'bandeira', cujos compromissos fariam jus à (re)ocupação do poder central pela direita;
2. São Paulo: Fernando Haddad, do PT, chegou ao segundo turno porque preparou um painel convincente de propostas de programas e de políticas públicas, dispostos ao longo de toda a campanha, de forma muito didática, em todos os meios de comunicação de que lançou mão.
A despeito de seu belo porte físico, de sua relação próxima com os maiores líderes políticos brasileiros e da aproximação de partidos relacionados a setores importantes (e, sim, muitas vezes reacionários) da política paulistana, Haddad tem grandes chances de se tornar prefeito da maior cidade do país apenas por, junto com o argumento da "alternância", ter apresentado ao seu eleitor um projeto de poder, a ser debatido com seus oponentes.2. São Paulo: Fernando Haddad, do PT, chegou ao segundo turno porque preparou um painel convincente de propostas de programas e de políticas públicas, dispostos ao longo de toda a campanha, de forma muito didática, em todos os meios de comunicação de que lançou mão.
Quem argumenta pela "alternância de poder" sem ter em vista o projeto político-partidário do candidato deprecia a capacidade de diálogo político, que o eleitor latinoamericano vem apresentando nos últimos anos. Quem usa de razões tão rasas atesta, pelas próprias palavras, o seu descompasso para com a História do Brasil e de toda a América Latina.
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