Avise aí ao povo de sua vizinhança que a Bahia é mais que tudo isso que o povo de sua vizinhança costuma adorar! Embora eu, baiano, tenha gostado muito deste velório, não posso deixar de me entristecer com a multiplicidade de termos injuriosos e discriminatórios para com os meus.
Há que se aprender a criticar sem ofender e não se trata de optar pelo politicamente correto, mas pelo humoristicamente respeitoso. O que, afinal, o solo baiano tem a ver com isso?
Dá-me uma vontade de ofender os cariocas a partir do MC Serginho e os paulistas a partir do Netinho di Paula, contudo sei que é melhor falar mal particularmente deles e de suas produções (ou extender as críticas aos seus parceiros), em vez de buscar no preconceito puro e simples palavras para expressar minha parcela de raiva para com os sub-produtos de uma cultura que, entretanto, me trouxe Gilberto Gil, Chico Buarque e Ná Ozzetti.
P.S.:
Neste site, O cemitério das Celebridades, o autor, com texto fluente e muito inteligente, costuma falar de paulistas, cariocas, goianos, porém sem jamais ofender o povo destes estados.
Há um gosto nefasto em ofender o baiano, como se fôssemos sub-povo, alienados por natureza, afeitos ao mandonismo etc. Este é um engano que a História brasileira vem corrigindo, ao demonstrar que as mazelas do liberalismo político ou da subcultura advêm de um recôndito da identidade nacional, sendo que, em terras sempre consideradas "modernas", "avançadas" e "civilizadas", vide sul e sudeste do país, vem reinando, em muitos estados, o que havia de pior no patrimonialismo opressor do Nordeste dos idos anos de 1970 e 80.
Portanto, mas que ignominiosa, esta postura expressa uma estupidez a-histórica disfarçada de defesa da "boa" cultura. Valei-me, Dorival Caymmi!
Murilo,
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto! Você é realmente um herdeiro do que há de melhor na Bahia, um estado-irmão.
Viva a terra de Caymmi!